segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Profissionais da Educação

Sou professora da rede municipal desde 1979, sob regime CLT, portanto pertenço ao quadro em extinção.
Em nosso município há um plano de carreira estruturado com mudança de níveis conforme formação, licença prêmio, que contempla horas-aula e horas-atividades além de outras vantagens. No quadro de extinção do qual faço parte só existe a lei dos dez anos que paga 60% como promoção. Minha formação inicial era ensino fundamental completo e isso se deu até 1992 quando fiz um curso supletivo de segundo grau, e finalmente em 2006 iniciei o ensino superior. É claro que durante todos estes anos participei de muitos cursos de formação, procurei auxílio através de literaturas, sempre estive em busca de subsídio para auxiliar minha prática de sala de aula. A formação superior está contribuindo para qualificar ainda mais através dos aportes teóricos e das sugestões de atividades que são desenvolvidas com os alunos. Quanto à qualidade do curso de formação a distância, acho que fomos agraciados com professores e tutores da melhor qualidade, pois são extremamente envolvidos e preocupados com a nossa formação que não deixa a desejar a nenhum curso presencial. É levada em consideração a bagagem que trazemos, bem como a carga horária de trabalho de cada um. Temos eixos bem planejados e elaborados que vêm dar conta das nossas necessidades trazendo aportes teóricos e práticos.
As formações continuadas na sua maioria são ofertadas pela mantenedora como forma de política educacional. Minha escola também propicia alguns encontros em parceria com alguns profissionais de acordo com as escolhas do grupo para formação. Somos liberados para participar de cursos, palestras, seminários...
A escola que trabalho pertence à zona urbana, tem 223 alunos, suas condições físicas ainda são precárias, pois faltam salas de aula para ampliação das séries, quadra para educação física, salas recursos, também falta à adequação dos espaços para os alunos de inclusão. O número de alunos vem sendo respeitado devido ao parecer número 56 da inclusão. Não temos laboratório de informática, a biblioteca é ampla, mas não é utilizada como deveria, para pesquisas, etc. Os equipamentos didáticos existem poucos e em números insuficientes. Temos uma equipe pedagógica que trabalha em parceria com os professores auxiliando-os em suas necessidades. A relação entre direção e professores é de parceria onde o diálogo e parceria são marcas registradas. Trabalhamos de forma coletiva, temos um Conselho E escolar que atua junto às decisões. O Conselho de Classe é participativo. A participação dos pais ainda é muito restrita, pois na sua grande maioria só participam quando solicitados ou para receberem os pareceres ou algumas festividades. Poucos são os que acompanham a aprendizagem dos filhos e se envolvem com a escola. A remuneração que recebo em vista de outros municípios não é das piores, mas em nível de profissão é algo irrisório, pois se o salário deveria ser o suficiente para viver com dignidade, quem consegue viver e se qualificar com estes valores o mesmo penso a respeito do piso de R$ 950,00 para uma jornada de 40h.
Sou sindicalizada e acho que sou bem representada, pois ele expressa a nossa vontade.
Quando assunto é Educação, penso que há muito para ser feito quanto à valorização e qualificação. Um país com profundas desigualdades educacionais, sociais e culturais precisa rever alguns pontos que historicamente resultou na massificação do ensino.
Aos profissionais da educação é urgente que se tenha a consciência da grande responsabilidade que temos na formação de cidadãos críticos e atuantes que queremos e para que queremos e para que tipo de sociedade queremos.

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